IMPORTÂNCIA

Dou importância a tudo o que me rodeia, se não dou, tento, se não tento, quero.
Vivo a maior parte dos meus dias sem pensar na melhor maneira de os viver arcando simplesmente com o passar do tempo, como se de um fardo se tratasse. Triste. Triste atitude a minha, vou é despertar para tudo o que de bom se passa à minha volta e o mal que me passe ao lado com todo o descaramento porque nesta curta vida não há tempo para rechearmos a nossa cabeça de lixo. Não é fácil estarmos constantemente felizes, é sim qualquer coisa que implica esforço e dedicação é por isso que vemos tanta gente chateada, são humanos que vão absorvendo toda a porcaria que vêm sem absorver beleza alguma, e assim com as cabeças a transbordar de caca espumam-se, raivosos.
Todos os dias para mim terão de ser uma novidade. E com novas paisagens, novos sabores, novas conversas, novos cheiros, vou recheando, aos poucos, o meu corpo com doces e chupa-chupas.

Odeio conversas forçadas, daquelas que temos de ter com pessoas conhecidas mas não tão conhecidas ao ponto de nos apetecer falar com elas. Conversas forçadas são aquelas que não têm propósito algum e que não nos irão levar a nenhuma conclusão brilhante, são basicamente aquelas conversas que só interessam a quem não tem nada por que se interessar. Estas conversas são para mim extremamente dolorosas, pela simples razão de me deixarem num estado de aflição por não fazer a mínima ideia de como vou por fim à inútil troca de grunhidos.

Excerto de uma conversa forçada:
B- Oláááá, então está tudo bem contigo pequeno gorila?
P.G.- Olá, está sim. E contigo, o que tens feito?
B- Nada de especial...E tu?
P.G.- Pois não há muito para fazer agora que deixou de existir o power ranger branco...
B- É, tens razão, o power ranger branco devia ser uma presença constante na série!
P.G .- Sim...
B- Sim...
P.G.- Portanto então vou andando...
B- Está bem, adeus então, bem haja gorilinha lindo!

VIDEO KILLED THE RADIO STAR

Neste projecto eu teria de relacionar uma imagem a uma sonoridade. A imagem por mim escolhida foi esta árvore, escolhia por me parecer uma imagem, aparentemente,bonita e poderia assim representar a nossa vida, a vida dos que não têm guerras no seu país, que não têm que se preocupar com fome, violência ou doença. Todo esse grupo de pessoas, do qual eu faço parte, não tem noção nenhuma do terror vivido em partes problemáticas do mundo, essa noção vai-nos sendo dada, exaustivamente, através dos meios de comunicação que nos fazem tratar de todas as atrocidades cometidas de uma maneira muito leviana e descontraída. O grito desesperado da criança representa um pedido de ajuda, um pedido que nos quer fazer despertar para a realidade, uma realidade que não passa de um mundo completamente consumido pela violência e corrupção, onde só o ódio prevalece.
O meu objectivo é duplo: sensibilizar mas ao mesmo tempo fazer-nos perceber a sorte que temos em viver a vida de uma forma pacífica num mundo que se encontra em plena decadência.

Capa do suporte onde foi arquivada a imagem juntamente com a sonoridade








Interior do suporte

Uma sociedade perfeita seria conseguida através da plena renúncia de toda a humanidade ao altruísmo. Se todos fôssemos altruístas e apenas nos interessasse a felicidade dos que nos rodeiam seria impossível existirem conflitos, porque estaríamos eternamente de acordo. A vida seria muito agradável e todos se amariam mutuamente. Por outro lado, as pessoas, simplesmente aceitar-se-iam umas às outras sem se questionarem em relação a questão alguma, pois nesse caso já estariam a formular uma opinião pessoal, que provavelmente iria de encontro a opiniões divergentes de outros indivíduos que se começariam a questionar em relação a certas questões que devem ser questionadas. Passaríamos simplesmente a aceitar as coisas como elas são e cairíamos num profundo desinteresse pelo mundo que nos rodeia e por fim numa grave depressão que com o passar do tempo nos iria apagando até sermos completamente invisíveis.

Tomemos então uma posição, seja ela qual for ou seremos condenados à invisibilidade.

Um surto de estupidez abate-se sobre a Terra, todos estamos contaminados.
Pessoas correm nuas pelas ruas com bolinhos de canela esfregados nas costas, enquanto carros embatem uns nos outros, freneticamente como se de carrinhos de choque se tratassem. São tomadas estúpidas ocorrências a estúpidos assaltos a estúpidas livrarias numa estúpida tentativa de estupidamente apagar todos os registos de inteligência no planeta. Homens-bomba fumam cigarros apagados em frente das embaixadas pintadas de rosa, crianças esquecem-se de pedir o molho para as batatas no McDonalds, toda a humanidade canta em uníssono uma música mesmo muito má e é então que subitamente o Mundo implode com um enorme estrondo que faz mover o sol 200.000.000.000 km para a esquerda o que visto da ,agora extinta, Terra parecem 2 mm. Silêncio.
Nada agora pode ser estúpido e irracional pois nada existe.

Retrato nrº1