quinta-feira, 6 de março de 2008



Sempre que entro numa dessas máquinas de silêncio que sobem e descem acompanhado por alguém seja ele meu conhecido ou nao, sinto um estranho vazio na minha cabeça que me impede inventar uma conversa não muito forçada.
No meu entender tal coisa sucede por nos termos tornado seres bastante fechados, que se limitam a interagir uns com os outros por mera necessidade. Na verdade sentimos que apenas connosco estamos bem, pois ao longo do tempo vamos tomando consciência de que somos todos diferentes e que as nossas ideias e valores apenas para nós fazem sentido o que nos faz criar uma barreira à nossa volta que nos isola do mundo exterior. O elevador fecha-nos num espaço pequeno o que faz com que essas barreiras sejam mutuamente invadidas, deixando-nos absolutamente despidos a olhares alheios. Sentimos a nossa integridade ameaçada por esta curta aproximação que nos faz suar e procurar um ponto estúpido para onde possamos desviar o olhar numa tentativa de não manter contacto ocular com os outros encarcerados.
O elevador em vez de ser visto como uma ameaça à nossa privacidade deve ser considerado um lugar de partilha onde podemos quebrar barreiras e exteriorizar intimidades.

Vou falar comigo e subir ao 2º andar.

2 comentários:

Anónimo disse...

Gosto bastante
MJP

Anónimo disse...

yaa, agora quando tiver contigo no elevador, so eu, e tu, mostrar-te-ei o meu intimismo.

MK