segunda-feira, 22 de outubro de 2007



Estava a passear pela marginal junto ao rio tejo num dia espectacular onde um sol fortíssimo se assumia mas ao mesmo tempo uma leve brisa fesca nos equilibrava a temperatura, quando ao olhar para a minha direita vejo esta "cena" que outro nome não terá e que uma escassa minoria deve saber para que serve... o que primeiro me chamou a atenção foi a decadência do estado em que a "cena" ficou esquecida no tempo por alguém que faz parte da tal escassa minoria de pessoas que sabem para que é que as "cenas" servem. Comecei então a imaginar como seria viver um dia numa destas coisas que costumam estar junto aos rios, completamente degradadas e enferrujadas, onde vivem antigos marinheiros maltratados pela vida, que se dedicam a maltratar agora a sua com o alcool. Penso que seria uma vida descontraída em que acordava com o constante mas silencioso ondular do rio na cabeça e me espreguiçava durante horas. A minha pele fervia pelo bater do sol através das ranhuras abertas, pela ferrugem, no metal das paredes, sairia da "cena" para inspirar com toda a força que tenho até sentir os pulmões irem de encontro às minhas costelas, fazendo com que o cheiro nauseabundo do rio me acordasse com um grande choque para poder passar o resto do dia, sentado, à beira-rio a tentar absorver o máximo que podia de toda a genialidade de um dia vivido numa "cena".

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